terça-feira, 7 de abril de 2009

Um Projecto, uma metodologia...

Já há muito tempo que este blog está inactivo, mas a experiência vai-me dizendo que é tudo uma questão de começar, por isso cá estou a fazer essa tentativa.
O mês passado ultrapassamos o nosso Medo e conseguimos encher uma sala para ver teatro e participar num debate, este mês a proposta é que sonhemos...

Na Sexta-feira, em reunião com os professores dinamizadores dos Jovens Promotores de Saúde, alguém disse que este projecto era um sonho meu... Respondi na altura e confirmo aqui que este projecto é um sonho de todos nós... eu apenas tento pô-lo em marcha. Mas mesmo isso só consigo com a vossa colaboração!

Por isso, mãos à obra.
E hoje vou deixar-vos um pouco do que é a metodologia deste projecto - a educação por pares.

A 17 de Maio de 2007, o Jornal Público editava um artigo sobre o método desenvolvido por Eric Mazur, da Universidade de Harvard e em parangonas, no cimo da página, lia-se
"O professor tem de sair do palco e passar para o papel de treinador"
Na avaliação de final do curso que os alunos de Harvard fazem aos docentes, Eric Mazur recebeu o seguinte comentário: "O professor Mazur não ensina nada, nós temos de aprender tudo sozinhos." Ao contrário do que seria de esperar, o episódio é contado pelo visado com satisfação. É precisamente esse o objectivo do físico que em 1990 percebeu que havia alguma coisa errada na forma como estava a fazer chegar a informação aos seus alunos. Um simples teste de Física mostrou que os "brilhantes" alunos de Harvard aprendiam, mas não compreendiam a matéria.
Nos primeiros anos de ensino, Eric Mazur dava as suas aulas à semelhança das que tinha recebido: nas cadeiras do anfiteatro, os alunos ouviam o que o professor ensinava e, desta forma, processava-se a desejada transferência de informação. Tão simples e tradicional quanto isto.
Tão "sem sentido", "ineficaz" e "aborrecido" quanto isto, acrescenta o professor de Física aplicada.
Mazur decidiu mudar quando, perante um simples problema de Física, que recorria a um exemplo prático e que não constava nos manuais ou modelos ensinados nas aulas, os seus alunos ficaram confusos.
A partir daí Mazur passou a privilegiar a etapa da assimilação da matéria.
"O professor tem de sair do palco e passar para o papel de treinador que ajuda os alunos a aprender."
Promove a discussão entre os alunos para que se convençam uns aos outros e obtenham a resposta certa. E assim é levado à prática o conceito "educação entre pares".
Os alunos conseguem explicar muito bem a matéria uns aos outros. O facto de os professores já saberem muito faz com que, por vezes, não consigam resolver as dificuldades 'básicas' colocadas pelos alunos.
Os estudantes que se colocam no papel de professores melhoram a sua compreensão e o desempenho dos alunos nos exames melhorou de forma dramática. Comparando os dados do tempo em que dava aulas de forma tradicional com os obtidos com o novo modelo, Eric Mazur assinala que o ganho triplicou.
O professor garante ainda que o método pode ser usado em qualquer disciplina e mesmo em qualquer grau de ensino. As pessoas adoram sentir-se envolvidas. Tal como só se pode ensinar alguém a tocar piano tocando, ou correr a maratona correndo, Mazur conclui:
"Só quero que os alunos pensem."
Aliás, segundo defende, a tradicional forma de dar aulas - um professor a debitar informação para os estudantes e estes a tirar apontamentos e a memorizar os dados - poderia até ser substituida por um vídeo ou por um iPod. "Com a vantagem de termos botões para voltar atrás ou fazer pausa, se for preciso".
E vocês, o que acham disto?

2 comentários:

António Fachada disse...

Boas!!

Que rico textinho!!

tenho lido muito sobre a educação de pares e educação não formal ou memso desenvovliemnto de competências versus transmissão de conhecimentos, mas este relato que fizeste está muito simples e puro! Obrigado por me dares ânimo nesta tarde e de voltar a pensar e a sonhar que vale a pena! Que vai valçera pena todo o esforço de todos os dias!

António disse...

Fantástico relato!

Sabe bem ler-mos estas simplicidades que nos dão animo para continuar e sonhar todos os dias que vale a pena! evai valer a pena um dia o esforço de todos os dias!!

António Fachada